terça-feira, 30 de novembro de 2010

Histerosalpingografia

Para quem não sabe o que está por detrás desta palavra complicadíssima que nem se consegue pronunciar, cá vai uma pequena explicação:

Histerosalpingografia é um exame de raio-x do útero e das trompas uterinas, com a utilização de contraste iodado que é injetado no interior do útero através de uma cânula. Serve para diagnosticar malformações, doenças da cavidade uterina e do interior das trompas. Sua principal indicação está correlacionada com a infertilidade e é o melhor método para diagnosticar obstrução das trompas.

Fonte: wikipedia

Pico de ansiedade

Estes dias, tenho andado muito ansiosa mesmo... Faltam  pouquíssimos dias para o meu exame (Histerosalpingografia) e para a segunda consulta de fertilidade. Pelo que já ouvi dizer, o exame é bastante doloroso e até temos de tomar um antibiótico e anti-inflamatórios. Tenho andado a tentar ocupar a minha cabeça ao máximo mas não tem sido fácil. A espera é muito angustiante...O facto de não ter acesso aos resultados das análises e dos exames torna tudo muito complicado!

A melhor forma de ocupar a cabeça é o trabalho e graças a Deus, após uma quebra, nada normal, diga-se de passagem, finalmente, já estou novamente CHEIA DE TRABALHO! O meu marido respirou de alívio! Estava farto de me ver limpar o que estava mais do que limpo e de partir a loiça toda! Sou mesmo muito desastrada e nos últimos tempos, não fazem ideia da quantidade de coisas que parti (aliás, o meu marido ainda não descobriu que parti o maldito bendito decanter! Tenho que o substituir antes que ele repare mas ainda não encontrei nenhum idêntico! lol

Mas com eu estava a dizer, apesar de tentar não pensar no assunto, ontem bateu-me mesmo la no fundo e percebi que dentro de alguns dias, ia saber, após tenta espera, qual era realmente o meu problema...
Quando fui a farmácia buscar a medicação, expliquei que ia fazer o tal exame e que o médico se tinha esquecido de me passar a receita. A senhora da farmácia foi muito simpática e deu-me a medicação. No fim, olhou para mim com um ar de compaixão e desejou-me boa sorte... Bem, quando saí da farmácia, só me apetecia chorar... Ando tão sensível que até eu não me suporto!

Bem, assim que houver notícias, conto!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Principais causas de infertilidade feminina

Principais Causas de Infertilidade Feminina





Por alterações hormonais, a mulher pode ter períodos sem menstruação (amenorreia). Na presença de ciclos menstruais regulares, a mulher pode não ovular, pode ovular ovócitos imaturos ou ovócitos com alterações (morfológicas e/ou genéticas). Vários distúrbios hormonais contribuem para a disfunção ovulatória, como o excesso de prolactina, dos androgénios (ovário poliquístico), ou das hormonas tiroideias (doenças da tiróide). Nos casos mais graves pode ocorrer insuficiência ovárica prematura, situação em que o ovário deixa de produzir folículos (mulheres <35 anos). Nestes casos, a mulher deve efectuar teste genético para o X-frágil).
Síndrome dos Ovários Poliquísticos 
O ovário poliquístico (PCOS) apresenta sinais e sintomas que levantam a sua suspeita, como obesidade, pilosidade aumentada, acne, irregularidades menstruais. No PCOS, os quistos impedem a formação de ovócitos maduros ou mesmo a ovulação porque respondem aos níveis hormonais e crescem, ocupando o espaço livre necessário para o desenvolvimento do ovócito. O diagnóstico do PCOS faz-se por ecografia e doseamentos hormonais dos androgénios (aumentados) e da 21-hidroxilase (se diminuída, pedir estudo das mutações do gene). A adolescente com PCOS deve efectuar medicação inibidora dos androgénios, para não sofrer insuficiência prematura do ovário. Na idade de desejar engravidar, e se tal não ocorrer espontaneamente, após a paragem da medicação, a mulher deve efectuar laparoscopia para cauterizar os quistos. Nos casos ligeiros, basta medicação com análogos da GnRH.

Endometriose 
A endometriose é também uma doença congénita, em que existem focos de endométrio (epitélio que reveste a cavidade uterina) espalhados em várias regiões do corpo (as zonas mais frequentes são os ovários, as trompas e a cavidade abdominal). Nesta doença, a mulher apresenta dores muito fortes antes da menstruação, durante a menstruação ou nas relações sexuais. Os focos ectópicos de endométrio surgem durante o desenvolvimento fetal. Não se sabe se é de causa genética ou se está ligado a factores tóxicos ambientais (ar, alimentos). A endometriose causa disfunção ovulatória porque os focos ectópicos respondem aos níveis hormonais como se fosse o endométrio uterino, desregulando o ovário. Por laparoscopia (celioscopia: endoscopia da cavidade abdominal), estes focos podem ser destruídos por coagulação. No caso de quistos endometriais do ovário (endometrioma), deve-se efectuar exérese cirúrgica conservadora. Se tal não for possível e a doença for bilateral, deve-se poupar um dos ovários e tentar supressão com medicação usando análogos da GnRH até se conseguir o bebé.

Obstrução tubar
A obstrução das trompas deve-se geralmente a uma infecção genital, que é assintomática. Por vezes, a infecção das trompas causa uma inflamação aguda (salpingite) seguida de dilatação das trompas (hidrosalpinge) que obriga à sua remoção cirúrgica (salpingectomia). Evitam-se estas infecções com a monogamia de relação fiel e estável ou usando sempre preservativo se relação sexual fora de uma relação estável. Noutros casos, deve-se a laqueação das trompas como método anticonceptivo.

Muco cervical incompetente
A cavidade uterina encontra-se protegida pelo muco que reveste o colo uterino. Este muco cervical é também responsável pela limpeza e selecção dos espermatozóides. Se o muco cervical não for competente, os espermatozóides não conseguem penetrar na cavidade uterina.

Anomalias do cariótipo
O cariótipo é a análise dos 46 cromossomas que todos nós possuímos nas células do corpo. Esta análise efectua-se nos leucócitos (glóbulos brancos) obtidos por punção venosa. A alteração do número ou da estrutura dos cromossomas está associado com insuficiência prematura do ovário, disfunção ovulatória, produção de ovócitos imaturos, produção de ovócitos morfológica e/ou geneticamente anormais, anomalias do desenvolvimento embrionário, falhas da implantação, abortamentos de repetição e anomalias fetais.

Patologia uterina
Fibromiomas. Os fibromas são tumores benignos do músculo liso (miométrio) do útero. Podem impedir a gravidez por ocupação de espaço e, se fizerem proeminência na cavidade uterina, dificultam a implantação e podem induzir abortamento.
Pólipos. São tumores benignos pediculados do endométrio. Causam frequentemente hemorragias, impedem a implantação devido a ocuparem espaço e a desencadearem inflamação, e podem induzir abortamento.
Hiperplasia benigna do endométrio. Por desregulação hormonal ou infecção crónica, o endométrio pode espessar de tal modo que impede a implantação ou induz abortamento.
Hipoplasia do endométrio. Se o endométrio não crescer (12-14 mm) na altura da implantação, a gravidez dificilmente poderá ocorrer. Deve-se a défices hormonais ou a mutações genéticas dos receptores das hormonas esteróides para a progesterona e os estrogénios.
Endometrite. As infecções silenciosas do endométrio são frequentes, sendo geralmente causadas por bactérias de transmissão sexual ou pós-curetagem (micoplasma, clamidea, listeria). Em casos menos frequentes, pode ser devida à infecção persistente pelo parasita protozoário toxoplasma ou pelo vírus do colo uterino HPV (vírus do papiloma humano). Estas infecções impedem a implantação e podem causar abortamento.
Sinéquias. São aderências (cicatrizes) do endométrio, geralmente secundárias a infecções genitais ou à curetagem (raspagem) do endométrio durante a interrupção voluntária da gravidez (IVG ou abortamento provocado). Dificultam a implantação e podem induzir abortamento.

Tumores malignos
Os tumores malignos obrigam frequentemente à remoção cirúrgica do órgão, a quimioterapia (QT) e a radioterapia (RT). Quer a QT, quer a RT (se for pélvica), são agentes esterilizantes dos ovários. No caso dos tumores malignos atingirem os órgãos genitais, pode haver necessidade de remoção cirúrgica do útero (histerectomia), das trompas (salpingectomia) e/ou dos ovários (ooforectomia). A ooforectomia é também uma opção frequente no cancro da mama.

Malformações anatómicas
Existem mulheres que nascem com malformações anatómicas congénitas dos órgãos genitais. Estas malformações são muito raras e variadas, indo desde a ausência total do órgão até variados graus de dismorfia da vagina, útero, trompas e/ou ovários. Em casos também muito raros, pode ocorrer mau desenvolvimento anatómico com ambiguidade sexual (intersexo).

Gravidez ectópica
Quando a implantação e a gravidez ocorre na cavidade abdominal (se o ovócito fecundado cair da trompa para a cavidade abdominal) ou na trompa de Falópio, o tratamento obriga a IVG e excisão da trompa afectada. Por vezes, no caso da gravidez abdominal, pode haver necessidade de remoção cirúrgica do útero, QT e RT. Se a gravidez ectópica for recorrente (2 consecutivas), o casal deve recorrer a RMA, utilizando a técnica da fecundação in vitro (FIV) para evitar novos casos.

Interrupção voluntária da gravidez
Sobretudo se efectuada por pessoal não-médico e fora de instalações hospitalares, o aborto provocado pode originar lesões graves do endométrio (sinéquias), infecções crónicas do endométrio (endometrite), infecções tubares (com obstrução das trompas) e perfuração uterina com histerectomia de urgência.

Abortamentos de repetição
Os abortamentos do primeiro trimestre (até às 12 semanas de gestação) são geralmente devidos a problemas genéticos parentais. Nestes casos incluem-se a idade avançada do ovário (após os 35 anos, a taxa de erros ovocitários aumenta), as anomalias do cariótipo (erros genéticos no ovócito ou no espermatozóide que causam um desenvolvimento embrionário deficiente; nesta situação, o abortamento é considerado uma defesa materna contra um produto inviável ou fortemente anómalo), as doenças da coagulação e as doenças auto-imunes. Noutros casos, os abortamentos devem-se a causas não genéticas, como as sinéquias do endométrio, os pólipos do endométrio, a fibromas que fazem procidência para a cavidade uterina, a infecção das trompas ou a endometrite.

Auto-anticorpos
As doenças auto-imunes são doenças genéticas em que o sistema imunológico da pessoa ataca o próprio organismo. Nestes casos, as secreções uterinas contêm um excesso de anticorpos que pode impedir a implantação. Um caso particular é o da mulher com anticorpos anti-espermatozóide, em que os anticorpos bloqueiam os espermatozóides, não os deixando fecundar o ovócito.

Causa desconhecida
Cerca de 10% dos casos de infertilidade parecem apresentar todo o sistema genital sem problemas, mas mesmo assim são inférteis. Em muitos casos, existem anomalias genéticas dos ovócitos, para os quais não existem testes de detecção. Frequentemente, estes só se descobrem durante a fecundação in vitro, momento em que se podem observar os ovócitos, a fecundação e o desenvolvimento embrionário. Podem causar incapacidade de fecundação, paragem do desenvolvimento embrionário, perda da qualidade embrionária, falhas da implantação, abortamentos de repetição ou fetos com anomalias estruturais.

O casal com problemas de infertilidade deve consultar um especialista de Reprodução Medicamente Assistida (RMA), quer nas consultas de infertilidade dos hospitais públicos, quer nas clínicas privadas dessa especialidade.


Fonte: http://www.apfertilidade.org/web/index.php/principais-causas-de-infertilidade-feminina

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Há dias assim...

Há dias assim, em que tudo fica cinzento... Há dias em que só pensamos no que não devemos, em que a dor se mistura à revolta, ao desespero...É nesses dias que há uma pergunta que não me sai da cabeça: "Porquê? Porquê eu, porquê nós?"...

Sinto-me vazia, incompleta, defeituosa... Será que o meu marido merece passar por tudo isto? Ele escolheu a mulher errada, caramba! Ele não tem problema nenhum, podia perfeitamente ser pai...Será que é egoísmo da minha parte ficar com ele? ...

Os primeiros passos de uma longa caminhada...

Ainda não contei a nossa história...

Três meses depois de deixar de tomar a pílula, ainda não me tinha aparecido o período a sério, só tinha um corrimento um pouco escuro, mais nada... Andava cheia de borbulhas e até tinha engordado uns quilos... A expectativa e o entusiasmo dos primeiros meses já se tinham transformado em preocupação, pois apesar de não ter o período, os testes eram negativos.

Resolvi consultar um g.o. e ele disse-me que tinha feito muito bem em procurá-lo, pois se continuasse assim, daqui há um ano iria lhe bater à porta com o meu marido reclamando que ainda não tinha engravidado (lol, olhando para trás, até dá para rir um pouco, afinal, sempre acertou nalguma coisa!).
Ele disse-me que não devia estar a ovular e resolveu prescrever-me Duphaston durante três meses e mandou-me fazer algumas análises de rotina e uma ecografia.
Segui à risca todas as instruções dele mas comecei a sentir-me muito mal com o tratamento, ou seja, os efeitos secundários eram tantos que tinha todos os sintomas de uma gravidez sem estar grávida! Desde vómitos, enxaquecas, tonturas, problemas de circulação de sangue e até peitos super doridos e inchados. E pior, as borbulhas tinham duplicado e eu tinha engordado 5 quilos! Imaginem como fica a auto-estima de uma mulher!!!!!! Na altura em que estava a fazer este tratamento, fui à terra e toda a gente me perguntava se eu estava grávida ou de quanto tempo estava grávida! Foi muito mau...Sempre me chatearam por ser magra e agora que tinha engordado, só podia ser por estar grávida... Verdade seja dita, estava tão inchada que parecia mesmo uma grávida! Nem parecia a minha cara!

Resolvi consultar novamente o G.O., pois não podia continuar assim e o tratamento nem sequer estava a regular os ciclos.
Quando o fui ver e expliquei o que se estava a passar, ele disse que era muito raro mas que eu era intolerante à progesterona... Olhou para a eco e disse: "Pelo menos ficou tudo limpinho!". Achei um pouco estranho mas nem liguei. Receitou-me o luthenil durante um mês para ver se me dava melhor com este outro tipo de progesterona e caso me sentisse mal, disse para eu parar logo.
Para ser sincera, nem sequer tomei nada, estava farta e só queria que o meu corpo tivesse um pouco de descanso e voltasse ao normal...

Resolvi seguir os conselhos "sábios" da minha mãe e deixar a natureza actuar...

Até que um dia, uns 4 ou 5 meses depois, estava com 45 dias de ciclo e as esperanças começaram a crescer...
Fui de viagem à Madeira e pensei, quando voltar, faço o teste! Liguei para o G.O. ele nem sequer considerou a hipótese de eu estar grávida e disse para tomar provera para provocar o período e para ir vê-lo assim que voltasse de férias. Fiquei pasmada e pensei: "mas nem sequer sei se estou grávida, não vou provocar o período sem saber...Ainda por cima não tenho receita médica!"
Enfim, fomos de férias e o certo é que quando regressei, na manhã seguinte acordei com o maldito!!!!! Fiquei de rastos.... Mais uma desilusão...Mas o pior estava para vir...

Quando fui ter com o meu GO, ele recebeu-me muito friamente e levei um belo raspanete. Parece que ainda estou a ouvir as palavras duras e secas dele, parece que ainda hoje fazem eco na minha cabeça "Você não podia ficar tanto tempo sem o período, isso só piora a sua situação! Quanto mais dias estiver sem o período, pior fica a sua situação! Está a agravar o problema! Não me diga que não tomou a medicação por não ter receita porque isso é uma desculpa!"
As lágrimas começaram a correr pelo o meu rosto e perguntei: "mas afinal, qual é o meu problema?"
Ele respondeu-me muito friamente: "Não só tem o Síndrome dos Ovários Poliquísticos
como também é intolerante à progesterona, o que é extremamente raro! (...)".
Comecei a chorar como uma criança, já tinha lido artigos sobre o SOP e já me tinha passado pela cabeça que o meu problema podia ser esse... Como é que quase depois de um ano de consultas, numa conversa de corredor, se diz uma coisa destas a uma mulher que está a tentar engravidar? Não sei como regressei à casa, acho que nesse dia, foi Deus que me trouxe para casa, foi ele quem conduziu o meu carro...

Como devem calcular, andei uns dias a bater muito mal... O SOP é apenas uma das principais causas de infertilidade feminina e quanto mais lia sobre o assunto, mais desesperada ficava... Até que uma amiga maravilhosa ;-) me arranjou uma consulta noutro G.O. de um dia para o outro para eu ter uma segunda opinião.

Este outro médico era completamente diferente, muito simpático, positivo e animador! Pediu para ver os meus exames e disse que nada indicava eu ter SOP, pois nem sequer tinha feito análises hormonais e a única ecografia que tinha indicava que estava tudo bem. Pediu-me então para fazer novos exames.
O que se veio a confirmar, é que de facto tinha ciclos anovulátorios mas com o dufine, era muito provável que o problema se resolvesse. Fiquei super animada e voltei a ter esperança!

O certo é que fiz três meses de tratamento e também não engravidei...

Neste momento, eu e o meu marido estamos a ser seguidos pelo departamento de infertilidade do Hosp. dos Lusíadas. Esta consulta estava marcada há meses... Interrompi os tratamentos e estamos a tentar descobrir a causa da infertilidade...Esta fase é muito ingrata, é a fase dos exames e da espera angustiante... Será que afinal tenho mesmo SOP? Será que algum dia vou conseguir ter um filho...

Ontem soube que tinha de fazer mais uns exames, pois o espermograma do meu marido não revelou nada de preocupante...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O que me traz aqui!!!!!

Resolvi criar este blog para poder partilhar a minha luta, a luta que dura há mais de um ano (eu sei que para muitos casais, essa luta dura há décadas, infelizmente) : um filho!
Acho que como a maioria das mulheres, desde muito jovem, sempre sonhei casar e ter filhos! Casei em 2007 mas a ideia de ter um filho ainda assustava o meu marido.

Nunca me vou esquecer do dia em que ele decidiu que sentia que era a altura certa! Lembro-me desse dia tão bem... Acho que foi um dia ainda mais emocionante do que quando ele me pediu em casamento!

Fumo e ele odeia isso, nunca fui uma grande fumadora mas digamos que sempre gostei de um cigarrinho depois de uma boa refeição. Ele zangava-se sempre comigo e dizia-me que eu tinha de parar com esse maldito vício! Eu respondia sempre: «Quando me disseres que chegou a altura de deixar de tomar a pílula, então aí, sim, deixo de fumar!» Brincávamos muito com isso.

Um dia, estávamos num avião entre Paris e Lisboa e eu, mais uma vez, comentava como eram fofos os filhotes dos meus primos... Assim, do nada, o meu marido diz-me: «Parece-me que vais ter de deixar de fumar...». Eu: «? como assim tenho de deixar de fumar...lembraste agora é? já tivemos essa conversa mil vezes» respondi eu, já com as garras de fora! lol Aí ele explicou:« vais deixar de tomar a pílula, por isso tens que deixar de fumar! Acho que chegou a altura certa...». Fiquei tão feliz, tão emocionada que até me esqueci do raio da promessa, mal saímos do aeroporto, quando estávamos à espera do táxi, acendi um cigarro! bem, nem é preciso dizer que o olhar dele me chamou logo à ordem e apaguei de imediato o cigarro!

Não deixei imediatamente de tomar a pílula, pois queria ter a certeza que ele não estava a dizer aquilo só para eu ficar feliz. Perguntei-lhe várias vezes se ele tinha a certeza e resolvi tomar a pílula durante mais um mês... Acho que ao mesmo tempo fiquei assustada...

Isso foi há mais de um ano... Infelizmente, fazemos parte dos casais que não têm a sorte de ter um filho apenas como dita a mãe natureza... Parece que precisamos de uma ajudinha...